Um dos mais importantes fatores para a análise de uma arma de pesca sub é a sua potência. A capacidade que a arma possui de propelir um arpão com força excepcional, de forma a atingir a presa com impacto mais destrutivo ou conseguir atingir a presa a grandes distâncias ainda com poder de perfuração.
Não que seja sempre desejável a maior potência possível, mas que deve-se sempre procurar compreender os fatores que geram em uma arma, maior ou menor poder de fogo.
E a potência de uma arma é definida pela energia que a mesma consegue transferir ao arpão no momento do disparo.
A energia de um arpão no disparo é dada por dois fatores diretamente proporcionais entre si: a velocidade do tiro e a massa do arpão. - Quanto maior a massa (peso), maior a energia; - quanto maior a velocidade, maior a energia;
É óbvio que quando se pretende imprimir uma grande velocidade a algum corpo a partir da inércia, é necessário considerar o fator aceleração. E a aceleração, no disparo de um arpão, se dá no espaço em que age a força que o impulsiona. - Quanto maior a aceleração, maior velocidade final; - quanto maior o espaço de ação da força, maior a velocidade final.
Essa energia é influenciada direta e negativamente pelo o atrito: - quanto maior o atrito, mais rapidamente a energia se dissipa.
O segredo da potência de uma arma de pesca sub é justamente conseguir a melhor combinação de todos esses fatores, de forma a maximizar a qualidade da arma.
Em situação hipotética ideal no quesito potência de disparo, a melhor combinação seria um arpão muito pesado e fino, propelido a grande velocidade.
O problema é que para cada um desses fatores há limites práticos impostos principalmente pelos materiais que a evolução tecnológica hoje nos permite usar a custos razoáveis.
- A questão da massa do arpão:
Para se aumentar a massa de um arpão há duas opções: procurar um material com a dureza e resiliência (elasticidade) necessárias a um arpão, mas que tenha peso específico maior que o aço.
Muitos metais são mais densos que o aço a exemplo do ouro, do chumbo e da platina. Porém, esses metais não são adequados ao uso como arpões de pesca sub por suas características físicas.
O exército Norte-Americano tem usado urânio empobrecido (muitíssimo pesado) como material para formar os projéteis de seus canhões bélicos e aumentar seu poder de destruição, mas não acredito que essa seja uma opção técnica, financeira ou ambientalmente viável para a pesca sub.
O melhor material ainda é o velho aço, tanto aço carbono ou inoxidável temperáveis, temperados e revenidos, quanto o aço inox não temperável, endurecido por precipitação.
Em qualquer dos casos, a diferença entre o peso específico dos materiais é tão pequena que é quase desprezível.
Usando-se o aço, então, se nos apresenta como única opção para aumentar o peso dos arpões aumentar o seu diâmetro ou o seu comprimento.
Para aumentar o comprimento do arpão há o limite do tamanho da arma, que deve ser compatível com o tipo de pesca (visibilidade na água, ausência ou não de correnteza, etc.).
Não é possível utilizar um arpão de 170cm numa arma de 90cm só pra aumentar o peso mesmo e maximizar a potência do disparo.
Para aumentar o diâmetro do arpão há o problema de que quanto mais grosso o arpão, maior a resistência que a água oferecerá para seu deslocamento e conseqüentemente, maior o atrito.
E o atrito é o terceiro fator que influencia na potência do tiro, principalmente quando se pretende manter essa potência por maior distância e tornar possível acertar um tiro num peixe que teimosamente se mantenha longe do pescador. - Quanto menor for o atrito que o arpão oferecer no contato com a água, melhor será o aproveitamento da potência inicial do tiro.
E olha que esse fator é importantíssimo devido à alta densidade da água. Um tiro pode sair da arma a grande potência e a menos de 5m de distância ter sua energia completamente dissipada pelo atrito.
- A questão da velocidade do arpão:
A análise da velocidade do arpão deve ser subdividida em função do tipo de arma usada. Se arbalete ou pneumática, as considerações acerca da velocidade do disparo são bem diferentes, por isso a análise em separado.
- No uso de arbaletes:
No caso de arbaletes, a velocidade do arpão no disparo é limitada pela velocidade de retração do próprio elástico.
De nada adianta tentar imprimir ao arpão uma velocidade maior que a velocidade de retração do elástico quando o mesmo é solto livremente, sem peso algum além de sua própria massa. Simplesmente o elástico não é capaz de imprimir essa velocidade nem a si próprio, quanto mais empurrando o peso adicional do arpão.
Reparem que mesmo aumentando a quantidade de elásticos em uma arma, esse mesmo limite permanece inalterável.
O que deve ser procurado, portanto, é que a velocidade do arpão seja o mais próxima possível desse limite, com um mínimo de perda devido ao peso do arpão.
Também é determinante na velocidade do arpão no disparo o tamanho do arbalete, pois quanto mais longa arma, mais tempo os elásticos terão para imprimir maior velocidade ao mesmo.
É em função da aceleração a ser conseguida durante o disparo que são importantes a massa do arpão e espessura ou quantidade de elásticos.
Muito importante também é o tamanho do arbalete porque quanto maior, maior será o espaço de ação dos elásticos sobre o arpão, aumentando exponencialmente a velocidade do disparo.
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